segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As 10 idiossincrasias da Lei de Deus -- Parte I


Estava hoje perdido nos meus devaneios… quando me tentei situar dei por mim sentado num banco de madeira, ao meu lado e à minha frente estavam mais uns 12/15 miúdos, também eles sentados, à excepção de 2 que se agachavam atrás da primeira fileira de bancos à espera da oportunidade ideal para azucrinar os colegas da frente, a restante plateia parecia hipnotizada, completamente ofuscada pelo discurso da senhora que se encontrava em cima do primeiro largo degrau que inicia o caminho para o Altar.

A senhora acima referida a julgar pela sua aparência deveria de andar na casa dos 40 e muitos anos, subentenda-se esse “e muitos” como qualquer idade compreendida entre os 46-49 anos. Os seus sapatos eram simples, mais pareciam umas sabrinas com sola de borracha e de cor preta, vestia uma saia bege que permitia a visualização de 5 – 9 cm da perna acima do nível do tornozelo, e uma camisa da mesma cor com as mangas dobradas até ao cotovelo, o seu cabelo estava tapado por um lenço preto que se estendia pelas costas terminando uns escassos centímetros abaixo dos ombros. Era conhecida como a irmã Conceição.

- A lição de hoje será sobre os 10 mandamentos da lei de “D”eus. - Dizia a irmã num tom de voz firme e não muito amistoso. Se havia dúvidas quanto à sua amistosidade essa seria rapidamente dissipada segundos após esbufetear um dos dois miúdos que se encontravam na galhofa.

- Os 10 mandamentos da lei de Deus são 10:
1º Amar a Deus e adora-lo sobre todas as coisas
2º Não invocar o seu Santo Nome em vão
3º Santificar domingos e festas de guarda
4º Honrar pai e mãe e outros discípulos superiores
5º Não matar
6º Não pecar contra a castidade
7º Não roubar
8º Não levantar falso testemunho, nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo
9º Não desejar a mulher do próximo
10º Não cobiçar as coisas alheias

No preciso momento em que acabo de recordar este cenário outros pensamentos se ocuparam de mim, relegando para segundo, quiçá terceiro plano essa situação, dando lugar a uma multiplicidade de questões, dais quais saliento duas: As Leis de Deus? Que raio estava eu a fazer naquele banco?

Para a 2º questão facilmente obtive resposta… era domingo de manhã, tinha os meus 9 anitos, nessa altura autonomia social e discernimento intelectual são conceitos que estão em fase embrionária, como tal até que estes amadureçam e façam parte da nossa estrutura intrínseca há que seguir os caminhos traçados por quem já é dotado de tal características.

Para a primeira a coisa ficou mais difícil. A única resposta que me ocorre de momento é: Deixei-as ficar em algum sitio e não sei bem onde.
Esta pergunta é tão descabida quanto as Leis de “D”eus, não merecendo nada mais que uma resposta de igual natureza. Ao lerem o tema “Justiça Divina” facilmente entenderão o porque de tal afirmação.

Passemos agora à análise de algumas das Leis de “D”eus para perceber o que o nosso bondoso e amado criador exige de cada um de nós.

Amar a “D”eus e adora-lo sobre todas as coisas
Como qualquer pessoa tida como normal do ponto de vista afectivo e emocional possuo sentimentos de amor, amo os meus pais, irmãos, namorada, amigos e por ai fora… Mas isso não chega…O nosso amigo “D”eus ofuscado pela enorme necessidade de ser amado acaba por cometer um pecado capital por ele próprio condenado, a “soberba”.

Soberba na medida em que demonstra uma elevada pretensão de superioridade sob qualquer ser, superioridade essa alicerçada na utópica criação da humanidade por ele levada a cabo. Será que o seu criador também lhe exigiu o mesmo? Porventura também estará sujeito às leis do seu próprio “D”eus… Sim, segundo a lógica da batata, todo o criador é precedido de outro criador e assim sucessivamente, acabando o próprio “D”eus por ser um discípulo das doutrinas/leis do seu “Pai dos Céus”. Resta-nos saber se fiel…

3 comentários:

  1. Cara.
    Fiz um comentário no teu tópico lá no ateus.net.
    Só queria lhe esclarecer que não é nada pessoal, até porque não te conheço.
    Você pode entender meu texto de duas maneiras: como crítica construtiva ou como ofensa, mas eu quero lhe dizer pode não ter sido nenhum dos dois, mas ofensa de jeito nenhum. Não o caracterizaria diretamente como uma crítica construtiva porque dei muito lugar a meu sentimento de repugnância ante à ridicularização de Deus, meu Pai, então não me preocupei com esse lado. Só lhe peço uma coisa: tenha a mente aberta e principalmente considere todas as palavras. Fiz uma crítica ao texto e não a você, embora possa ter falhado. Fica na Paz!

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  2. Devo-lhe dizer que já vi o seu comentário no forum acima referido.

    Interessante seria a colocação do mesmo neste espaço, de forma a que todos os outros usuários possam fazer parte da discussão.

    Atenção a esse sentimento de repugnância, o seu "pai" pode não gostar muito... ohh é verdade, ja me esquecia, "ele" é selectivo

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  3. Que Deus te abençoe, ou não.

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